Trânsito em Londres 2012 / Lições para o Rio 2016

Londres e Rio de Janeiro são cidades que têm em comum as ruas estreitas e desenho urbano complexo, típicos de povoamentos com vasta história de ocupação contínua por longo período, não se pode falar o mesmo sobre o trânsito e o transporte público. Londres possui uma larga experiência em meios de transporte, sendo o país onde se originaram os carros, o metrô subterrâneo, ônibus de dois andares e outros avanços na tecnologia para fazer as pessoas se deslocarem com rapidez e segurança. Isso é, até agora.

Rua de Londres com faixa olímpica

Para evitar construir novas vias foi criado um sistema de faixas exclusivas, onde é permitido o tráfego somente para os veículos autorizados. O sistema em si é semelhante à faixa seletiva usada no Rio de Janeiro durante os jogos do Pan, e tal como aqui, tem o agravante de aumentar exponencialmente o congestionamento nos horários de pico, por reduzir uma faixa útil das vias.

A polêmica ficou maior esta semana, com o anuncio de que os taxis de Londres não teriam permissão de utilizar as faixas olímpicas. Isso gerou na terça-feira 17 um grande protesto de motoristas de táxi, que parou completamente as ruas de Westminster, próximas ao parlamento britânico e de pontos turísticos importantes. O jornal Daily Mail mostrou este protesto.

Para tornar ainda mais agradável as novidades para os circunspectos londrinos, as pinturas das faixas feitas a menos de uma semana já estão desbotando e apagadas em alguns pontos, mostrando uma falta de qualidade normalmente vista somente em outros lugares mais ao sul.

Que lições poderemos tirar deste episódio? Uma cidade organizada, que cumpriu todos os cronogramas firmados e investimentos, apesar da crise europeia, falhou em um ponto pequeno e crucial, com consequências ainda a verificar. Como será quando for a nossa vez?